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Ode a Los Angeles

Presente em todos os cantos da cidade norte-americana, o fotógrafo Estevan Oriol registra de anônimos a astros de Hollywood

Paulo Cavalcanti Publicado em 14/07/2014, às 14h45 - Atualizado em 26/08/2014, às 14h05

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<b>Ode de Los Angeles</b>
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O ator Danny Trejo: “Eu sou amigo do Danny há anos, e essa foi uma das vezes que eu o fotografei para a grife Joker Brand. Foi em um ferro velho perto da casa dele”, conta Oriol. - Arquivo pessoal
<b>Ode de Los Angeles</b> <br><br> O ator Danny Trejo: “Eu sou amigo do Danny há anos, e essa foi uma das vezes que eu o fotografei para a grife Joker Brand. Foi em um ferro velho perto da casa dele”, conta Oriol. - Arquivo pessoal

Estevan Oriol atua em diversas áreas. fotógrafo, diretor de vídeos, produtor e empresário, ele tem um estilo bastante urbano e contemporâneo, e costuma registrar sem retoques a realidade das ruas. Acima de tudo, as fotografias de Oriol são a cara de Los Angeles, cidade onde ele nasceu e cresceu. Oriol clica celebridades, desconhecidos, paisagens e tribos urbanas. É um adepto tanto do lado mais glamoroso da região quanto do lado da vida alternativa, registrando astros de Hollywood, a cultura chicana e gente do universo da tatuagem, das gangues de rua e dos automóveis Lowrider.

“Eu cresci muito pobre. Mas isso me deu força e objetividade e eu batalhei para conseguir o que queria”, diz o fotógrafo de ascendência mexicana, que desde cedo se inseriu no universo do hip-hop. Na verdade, foi essa conexão que abriu as portas para ele profissionalmente. “Eu fui exposto ao hip-hop na época da escola, no final dos anos 1970, começo dos 1980. Sempre fui ligado na rádio 1580 KDAY. Depois, comecei a trabalhar como porteiro em alguns clubes e conheci bandas e artistas como Cypress Hill, Ice T, Everlast, Red Hot Chili Peppers e Fishbone. Em 1992, virei gerente de turnê do House of Pain. Fiz isso por três anos, até que a banda terminou.” Foi nessa época que o pai de Oriol o presenteou com uma câmera fotográfica. Demorou um tempo até que ele se estabelecesse na fotografia – antes, Oriol trabalhou acompanhando as turnês mundiais do Cypress Hill. Só em 2005, quando o ritmo de viagens do grupo começou a diminuir, o artista passou a investir na carreira de fotógrafo e diretor. Desde então, Oriol se mantém ocupado trabalhando para grandes publicações dos Estados Unidos, organizando exposições, lançando livros e também dirigindo vídeos. Ele já se envolveu em clipes de nomes como Eminem, Blink-182 e Snoop Dogg, entre outros. “Foi incrível estar ao lado desses caras”, afirma. “Eles estavam no auge. Todos são sujeitos muito cool.”

No currículo fotográfico de Oriol estão muitos atores, cantores e artistas. Segundo o fotógrafo, o portfólio dele foi construído no “tempo em que existiam mais revistas”. “Eu sempre era chamado para fazer ensaios e trabalhos especiais. Só que, depois da crise econômica de 2008, muitas revistas aqui nos Estados Unidos fecharam”, conta. “Com isso o orçamento de campanhas publicitárias também sofreu um baque. Mas antes da crise foi uma grande honra trabalhar com tanta gente legal, como Dennis Hopper, Robert De Niro e Al Pacino.” Oriol está sempre se movimentando, dando vida, por meio de imagens, a personagens e paisagens da cidade que ama e que não pretende deixar. Para ele, é prazeroso viver em Los Angeles, ainda que nem sempre seja fácil ser fotógrafo. “Aqui, as pessoas ou amam ou odeiam ser fotografadas. Todo mundo quer saber para o que você está fotografando, onde o trabalho vai ser publicado, se isso vai render dinheiro, essas coisas. Existe uma divisão do Departamento de Polícia de Los Angeles na qual você tem que pedir autorização para fotografar, senão toma multa”, ele explica.

Sobre o estilo que que forjou nesses anos de profissão, Oriol comenta: “Aprendi a fotografar usando filme preto e branco. Era mais barato e mais fácil de usar. E também casa mais com meu estilo pessoal, que é cru, realista e descompromissado. Se eu pudesse escolher, tiraria fotos apenas em preto e branco”.

Gangues, carros e tatuagens

Em livro, Estevan Oriol mostra os bastidores da cena Lowrider e detalha como funciona a subcultura chicana de Los Angeles.

O primeiro livro de Oriol, L.A. Woman , saiu em 2009 e se tornou um sucesso. No final do ano passado, ele lançou L.A. Portraits (ainda sem previsão de lançamento no Brasil), que também foi bem recebido. A obra é calcada na cultura Lowrider. “Esta coleção de fotos levou 20 anos para ser reunida”, conta o fotógrafo, que é ele próprio parte desse universo. “Meu primeiro Lowrider foi um Chevy 1964 que comprei em 1989. Desde então, eu o refiz umas cinco vezes. Depois, comecei a frequentar as reuniões. Tirava fotos de amigos e de outras pessoas que faziam parte da cena. A partir daí fui contratado por várias revistas para registrar esse lado específico das gangues e tribos de Los Angeles.” Segundo Oriol, L.A. Portraits tem tido bons índices de vendas, especialmente no Japão.

Sempre Ocupado

Os novos projetos de Estevan Oriol

Oriol tem muitos outros interesses e ocupações além da fotografia. Ele também é um dos fundadores da Joker Brand, uma das mais conhecidas marcas de streetwear de Los Angeles. E novos projetos estão sempre surgindo. “Acabei de criar as capas dos novos CDs da Kelis e do Kid Ink. Estou ainda finalizando um outro livro sobre a cultura Lowrider e o segundo volume de L.A. Woman”, detalha. “Também estou prestes a viajar para divulgar o livro L.A. Portraits . Tenho algumas ideias de filmes sendo encaminhadas. E estou ocupado com um canal no YouTube chamado SanctionedTV. Lá, tenho os programas Tattoo Stories, L.A. Woman e Skid Row Stories. Então, se você estiver de bobeira, aproveite para dar uma olhada”, ele convida.