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9MM: São Paulo

Série policial que mostra cotidiano da Delegacia de Homicídios de SP estréia na TV paga hoje, 10

Bruna Veloso Publicado em 10/06/2008, às 11h09 - Atualizado em 12/06/2008, às 19h45

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Eduardo é um jovem delegado com futuro promissor na polícia; Tavares tem postura ambígua e contatos entre os bandidos - Divulgação
Eduardo é um jovem delegado com futuro promissor na polícia; Tavares tem postura ambígua e contatos entre os bandidos - Divulgação

Estréia nesta terça-feira, 10, no canal por assinatura Fox, a minissérie policial 9MM - São Paulo. É a primeira produção da rede inteiramente feita no Brasil.

9 MM narra o cotidiano de policiais da Divisão de Homicídios na capital paulista. Carlos Amorim (autor de Comando Vermelho, sobre a facção criminosa homônima que atua no Rio de Janeiro), criador da idéia original do programa, se baseou no cotidiano do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), da Polícia Civil, para montar a trama. A história que será vista na televisão foi criada em parceria pelo autor, Newton Cannito e o produtor Roberto D'Avila, da Moonshot Pictures.

Nos quatro capítulos já produzidos, cinco personagens atuam como protagonistas: o investigador Horácio (Norival Rizzo) e sua equipe, formada pelo delegado Eduardo (Luciano Quirino), e os investigadores Luisa (Clarissa Kiste), Tavares (Marcos Cesana) e 3P (Nicolas Trevijano). O primeiro episódio narra a história do assassinato de uma modelo na periferia da capital.

"Um dos principais fatores era a intenção de fazer algo com qualidade premium [a minissérie foi gravada em High Definition]. Também queríamos trazer isso para a realidade, com o máximo de verossimilhança com a Delegacia de Homicídios de São Paulo" afirma Roberto D'Avila sobre as premissas da produção. E uma possível semelhança com séries policiais norte-americanas, como C.S.I. e Law and Order? O diretor Michael Ruman afirma que de igual, só o estilo. "Não usamos tecnologia, como nessas séries. Até porque não pareceria real. Em 9MM é pura investigação."

Desde a concepção da idéia original à gravação dos quatro capítulos iniciais (entre outubro e novembro do ano passado) passaram-se dois anos. Por isso, a criação não estaria pegando carona no sucesso de Tropa de Elite, nem teria pontos em comum com a obra de José Padilha. "O nome já diz, [o filme] é um grupo de policiais de elite. A nossa é uma tropa comum. O filme mostra o lado da potência, e a série, da impotência dos nossos policiais", acredita D'Avila.

O teaser mostrado na coletiva de imprensa mescla cenas da minissérie e entrevistas com o elenco e com a equipe técnica. Além disso, apresenta, desnecessariamente, os atores conversando diretamente com a câmera. A julgar pelas falas-clichê "Não é brincadeira de polícia e ladrão, é vida real" (Tavares) e "Ela nunca tem tempo pra mim" (da filha adolescente de Luisa, sobre a mãe), os diálogos não devem ser o forte da série.

As gravações e as séries lá fora

Todas as cenas foram feitas na cidade de São Paulo, entre hospitais, unidades policiais e centros de treinamento. As favelas do Moinho, Paraisópolis e Real Parque também foram utilizadas como locações. Para gravar nessas comunidades, D'Avila e a equipe pediam autorização - e passaram por alguns apuros. "Em uma das favelas, entramos por meio de um líder da comunidade. Fizemos cartazes para avisar os moradores. De repente, fomos avisados que tinha alguém querendo falar com a gente. No bar onde foi marcado o encontro, o homem que nos esperava colocou uma arma na mesa, e perguntou o que estávamos fazendo ali", conta D'Avila. Depois de alguma conversa e de um acordo envolvendo cestas-básicas, tudo ficou acertado.

Para o produtor, é importante o Brasil investir no mercado de séries, como em outros países. "No meu ponto de vista, as séries e a televisão nos Estados Unidos fazem um pouco o papel do cinema na década de 70. O cinema nos EUA ficou muito careta, pelo próprio risco dos investimentos, e você vê muito pouco risco, inovação, ousadia. As séries ocupam esse espaço".

Mais nove capítulos estão em fase de pré-produção, com estréia prevista para março ou abril do ano que vem. A obra será exportada para países da América Latina e, dependendo da aceitação, para outras regiões do mundo.