Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

Marcelo Yuka no Caminho das Setas é um dos destaques da 35ª Mostra de Cinema em São Paulo

Documentário de Daniela Broitman mostra as mudanças na vida do ex-baterista d’O Rappa após assalto que o deixou paraplégico, há 11 anos

Patrícia Colombo Publicado em 22/10/2011, às 12h37 - Atualizado às 15h15

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
O documentário <i>Marcelo Yuka no Caminho das Setas</i> é uma boa pedida aos fãs do músico - Foto: Reprodução/MostradeCinemadeSP
O documentário <i>Marcelo Yuka no Caminho das Setas</i> é uma boa pedida aos fãs do músico - Foto: Reprodução/MostradeCinemadeSP

Bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, 2000. Uma tentativa de assalto, nove tiros. A história de Marcelo Yuka, então baterista d’O Rappa, é conhecida tanto por fãs da banda quanto por aqueles que sequer ouviram na vida uma de suas composições de protesto contra a desigualdade social. O ocorrido naquele dia 9 de novembro deixou o músico de 34 anos paraplégico, alterando para sempre sua rotina, e Marcelo Yuka no Caminho das Setas, documentário com direção e roteiro de Daniela Broitman, que será exibido a partir deste sábado, 22, na 35ª Mostra de Cinema em São Paulo, aborda justamente a trajetória do artista de lá para cá e os dilemas inevitáveis que só pode verdadeiramente compreender quem passou por situação semelhante em algum momento da vida.

Leia textos das edições anteriores da Rolling Stone Brasil – na íntegra e gratuitamente!

O longa-metragem de 95 minutos de duração tem início já com imagens do dia em que Yuka foi baleado, sendo socorrido por uma ambulância, e trabalha com a ideia de como o artista e ativista acabou ironicamente se tornando vítima da violência urbana tantas vezes criticada por ele em suas letras que até então recheavam os álbuns d’O Rappa. É retratado também, com base em depoimentos e reflexões do próprio ao longo dos anos, o duro processo de entendimento do que lhe acontecera e a busca pela sanidade em um contexto tão desafiador - que envolve não só a aceitação de sua condição, mas também a busca pelo tratamento com relação às dores físicas sentidas todos os dias, logicamente também consequentes dos tiros disparados contra seu corpo 11 anos atrás.

Após o incidente, Yuka retornou ao Rappa, mas se desconectou da banda pouco tempo depois, em 2001, por divergências com os demais integrantes. Os depoimentos conflitantes sobre o ocorrido, dados por Marcelo Falcão (além de Xandão, Lauro, e Lobato) e Yuka, envolvendo inclusive questões de direitos autorais das letras, estão reunidos neste que é um dos trechos mais interessantes e curiosos do longa-metragem, uma vez que depois da saída do então baterista, nenhum dos músicos da banda entrou em detalhes sobre o caso. Depois d’O Rappa, Yuka se envolveu com outros projetos musicais e sociais, além de vir se dedicando desde 2006 a um álbum solo – e toda esta vivência é apresentada no filme de Daniela, que conta até com cenas engraçadas, sustentadas pelos momentos de bom humor do artista.

Marcelo Yuka no Caminho das Setas mostra que apesar das adversidades, a vida continuou e continua para o músico, expondo as inevitáveis dores dele sem cair no sentimentalismo barato. Com imagens de arquivo que vão desde os tempos dele assumindo as baquetas no Rappa até sua recente apresentação com Cibelle, Karina Buhr e Amora Pêra no Rock in Rio, no final de setembro deste ano, o documentário é uma boa pedida aos fãs. Veja aqui os locais e horários de exibição.