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Artista multimídia Gary Stewart, que trabalhou ao lado do Massive Attack, promove oficinas no Brasil

O britânico ensina videoarte para jovens do Capão Redondo, em São Paulo, até o próximo sábado, 24

Stella Rodrigues Publicado em 22/03/2012, às 17h08 - Atualizado às 17h46

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Gary Stewart - Divulgação
Gary Stewart - Divulgação

O artista multimídia britânico Gary Stewart está no Brasil com o projeto Encontros, que reúne artes visuais e iniciativa de cunho social, oferecendo oficinas a jovens do Capão Redondo. Stewart, que já expôs na prestigiosa galeria Tate Modern, em Londres, e trabalhou ao lado do Massive Attack, entre outros artistas da música, já esteve no Rio de Janeiro e agora oferece na capital paulista a oficina, na qual ensina até o próximo sábado, 24, conceitos da tecnologia digital. Em troca, após as aulas, é a vez dos jovens mostraram o que produziram ao público. O material realizado durante as oficinas, que tem girado em torno do tema Declaração dos Direitos Humanos, será exposto em novembro na cidade.

"Criamos uma forma de jovens conseguirem oferecer suas próprias instalações interativas, usando tecnologia de vídeo", explica Stewart. "Além de trabalhar dentro de galerias contemporâneas, também sou VJ, e usamos as mesmas técnicas de performances ao vivo com vídeo com jovens de comunidades, assim eles podem criar as próprias histórias. Os jovens têm a oportunidade de se expressar, dizer seja lá o que for para quem quer que seja."

Stewart já realizou um trabalho semelhante na Síria e na Palestina e esta é a segunda vez dele no Brasil. Ele cita março de 2011, quando esteve na Providência, no Rio, como a experiência mais marcante, desde que começou a viajar com o projeto. “Tivemos a chance de trabalhar em uma das favelas mais antigas do Rio, um lugar bem isolado, cheio de jovens que puderam criar coisas que de fato refletiam a realidade deles”, ele relembra.

Para quem acha que o trabalho de um VJ se resume a apertar um simples botão, Gary Stewart explica a profissão, em poucas palavras. "Ser VJ é uma experiência completamente performática. Previamente, cabe a cada artista escolher o tipo de conceito visual que quer usar", conta. "Quando chega no ao vivo, tem toda uma dinâmica de ritmo e técnica que entram em jogo. É diferente de apertar um play, como acham. É você tentar criar uma sinergia com o público."

Além do trabalho solo que faz, altamente carregado de doses de consciência social, outro destaque da carreira de Stewart é sua parceria com o Massive Attack, comandando o visual da porção Dubstep Chronicles do Meltdown Festival. O evento é organizado cada ano por uma banda e com a direção de uma atração musical renomada. O Massive Attack esteve encarregado em 2008 e, sabendo do envolvimento dele com o movimento dubstep, o convidou para ser VJ. O line-up contou com diversos grandes nomes do estilo musical, que está cada vez mais em alta, como Skream, Pinch, Horsepower, Jazzsteppa e The Moody Boyz.

VJing e consciência social

Uma das coisas que Stewart defende com mais paixão é a química entre a arte que ele promove, o trabalho social e a forma como essas duas coisas andam tão bem juntas. “É mais do que a soma das duas partes, eu diria. A intenção toda por trás de ser VJ é uma resposta do ambiente no qual vive, que transparece na improvisação. Não é um vídeo linear que é exibido somente de uma forma. E tem uma sedução visual, que convida o público a entrar naquilo, quando é bem-sucedido.”